Saímos de Aman de manhã cedo, pegamos um taxi ate o terminal de ônibus e lá vimos o preço de um taxi dividido com outras pessoas. Como no ônibus sairiam o mesmo valor mas com o taxi já poderíamos sair naquela hora, fomos nele mesmo. Viajamos com dois jordanianos, fora o taxista. Eles vieram conversando pouco, e nós dois só os cumprimentamos mas como eles nao pareciam estar muito interessados, ou não falavam Inglês, continuamos conversando nós em português mesmo. Em menos de um hora já estávamos na fronteira, ainda do lado Jordaniano. Pra sairmos do pais foi super tranquilo, pagamos uma taxa e ficamos esperando a van que nos levaria ate o lado israelense, enquanto jogavamos conversa fora com o guarda jordaniano, muito simpático. Pegamos a van com outros estrangeiros, um casal duas filhas, eram chilenos que viviam nos Estados Unidos. O pai trabalhava na ONU. Conversamos um pouco em Spanglish ate chegar no lado israelense da fronteira. Quando a van estava chegando ao outro lado, os guardas mandaram os carros pararem longe da entrada e todos os guardas foram pra dentro. O lugar ficou deserto e só a nossa Van e mais uns carros parados lá fora. Depois de um tempão voltam todos os guardas, armados como sempre, algumas pessoas de coletes a prova de balas e todos os funcionários voltam a trabalhar, então saímos da Van e fomos passar pela imigração de Israel. Mais tarde ficamos sabendo que foi uma denuncia falsa de bomba dentro de bagagens. Ficamos meio preocupados com o que estava acontecendo, mas por sorte, não foi nada. Emocionante, hehehe!! Demorou um bom tempo pra entrarmos porque tinham filas imensas, mas ate que foi tranquilo depois que entregamos os documentos. Tinham muitos palestinos, que ficavam em uma fila "muvuca" própria, só para eles. E tinham muitas mulheres muçulmanas na nossa fila, que nos empurravam, e reclamavam na sua língua. Uma bagunça, mas foi engraçado. Estávamos um pouco nervosos com essa entrada em Israel, dizem que é difícil, as vezes cismam com vc, ai te dão canseira pra entrar, mas graças a Deus, conosco foi tranquilo. Perguntas básicas. O que vieram fazer, quando partem, onde ficarão, e se iríamos para o lado palestino, rs.
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O Domo da Rocha, cartão postal de Jerusalém |
Pegamos um ônibus na fronteira ate a cidade velha de Jerusalém, que já foi impressionante a primeira vista, com seus muros altos e aparência de castelos medievais. Entramos, e fomos procurar albergue, e tivemos que andar muito naquele calor, naquelas belas vielas íngremes ate conseguir, por fim achamos um quarto cavernoso, hehe, que era todo "feito de pedra", como se fosse uma caverna. Bem interessante, mas tambem bem caro, alias como tudo ali dentro da cidade velha. Achamos o look do "hotel" legal, mas durante a noite quando fomos ao banheiro, vimos umas 6 baratas andando por lá, e umas anteninhas aparecendo por entre o piso. Ficamos com nojo, mas a essas alturas da viagem, nem incomoda tanto. Depois de comermos e passearmos mais um pouco pela cidade fomos ver um festival que estava tendo aquela noite, vários estandes, maior produção, mas tudo na língua local e não entendemos uma palavra de tudo o que estava rolando por lá. Para nós foi somente uma cidade iluminada pra festa, com alguns artistas de rua. Mas gostamos mesmo sem entender do que se tratava.
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As vielas de Jerusalém, cheias de comércio |
De manha saimos cedo pra fazer um tour gratuito andando pela cidade, o famoso "free walking tour", que se vocês ainda nao ouviram falar, vão ouvir nos nossos próximos posts. O tour foi legal, e conseguimos ver a cidade velha de Jerusalém inteirinha, visitando todos os lados da cidade, com suas diferentes culturas. A cidade velha de Jerusalém, é uma cidade murada e dividida em "quartos" (de 1/4, não de dormir), o quarto judeu, o cristão, o armênio e o muçulmano. Vimos quase todos os pontos importantes da cidade rapidamente, o guia foi muito neutro em suas explicações, sem dar mais ênfase a um quarto do que ao outro, então decidimos voltar depois pra rever, tirar fotos, tudo com calma. Paramos para almoçar num restaurantezinho, que mais parecia a cozinha da casa do tiozão. A comida ate que tava boa, mas foi meio caro, apesar da simpatia do dono. Depois do almoço foi a vez de andarmos pela Via Dolorosa, o caminho que Jesus percorreu carregando a cruz ate ser crucificado. Passamos por todos os pontos, vimos as pedras onde Ele caiu, onde Ele pôs a mão e seguimos o caminho ate a Igreja do Santo Sepulcro. Lá dentro ate deu pra se emocionar vendo o monte onde Jesus foi crucificado, onde colocaram Seu corpo e de onde Ele recussitou. Ao contrário do resto da cidade onde é bem mais difícil imaginar que Jesus andou por lá, porque hoje tudo ali é lojinha pra turista, tudo é voltado pro comércio. Bom,no fim da tarde ficamos no quarto do albergue porque os dois estavam com piriri. De novo...
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No muro das lamentações!! |
Fomos andar sobre o muro que cerca a cidade. Você acaba vendo como é do lado de fora da cidade por todos os lados. Paramos perto do Muro das Lamentações, ai demos uma esticadinha ate lá para olharmos tudo com mais calma e tirarmos algumas fotos. O lado dos homens, porque é separado, é bem maior que o das mulheres e por isso o dos homens estava bem mais tranquilo, quanto que o das mulheres estava abarrotado. Mas foi legal, fomos ate lá, encostamos, só a mão, não a cabeça, como alguns judeus ortodoxos fazem, oramos e tiramos fotos. Só ficamos devendo os bilhetinho pra enfiar no muro. De lá demos uma voltas ate dar o horário de um procissão franciscana que seguimos. Eles saíram do local onde Jesus foi julgado e recebeu a cruz, seguiram toda a Via Dolorosa, parando e rezando em Latim, italiano e inglês em cada uma das estações. Mesmo sendo uma procissão católica, diferente da nossa religião, foi bem interessante. Foi a única forma que encontramos de participar de um grupo com intuito religioso, e nao turístico. Depois disso, fomos andar mais um pouco, só pra variar, hehe, fomos pra fora da cidade velha e pudemos ver um pouquinho da Jerusalém moderna de hoje em dia. Mais a noite, achamos outro albergue, quase o mesmo preço, mas muito melhor que onde estávamos. Sem baratinhas! Antes de ir dormir, comemos uma pizza e ficamos na internet, pesquisando, e escrevendo os posts do blog!
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Tocando no muro, e numa história milenar! |
De manhã saimos do albergue e fomos pro novo, depois andamos mais uma vez pelo muro, mas dessa vez, do outro lado da cidade, ate o Lions Gate, passando pelo portão Damascus, que é bem grande e tem um mercado do lado de dentro e de fora, então o comércio rola solto por ali. Visitamos a praça romana e a caverna que tem debaixo da cidade. Nenhum dos dois foi muito interessante, mas compramos num pacote com o passeio pelo muro, que foi bem legal, então ate que não foi tão mal. Tivemos que sair rápido da caverna porque a Ane estava com piriri!! Rs!! Coisas que acontecem quando se come comida diferente!
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Muro das lamentações, lado das mulheres! |
No dia seguinte foi corrido tambem, fomos no Templo do Monte, onde era o templo de Salomão e vimos de perto o Domo da Rocha, aquela redoma dourada que voce vê em qualquer foto da cidade de Jerusalém. Depois, no caminho do jardim do Getsemane, paramos na gruta onde Jesus frequentava, que já estava fechada e ai visitamos a igreja onde Maria foi sepultada. Seguindo para o jardim, primeiro vimos a Igreja de Todas as Nações, que é bem bonita, e depois finalmente paramos no Jardim das Oliveiras, com oliveiras que uma pessoas não consegue abraçar e que são da época em que Jesus andava por aquele jardim. Muito legal !!
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Monte das Oliveiras. Grande parte foi feita de cemitério. |
Nosso penúltimo dia foi dia de viagem, pegamos um ônibus para Belém pela manha e caminhamos um pouco ate a Igreja da Natividade. Visitamos a gruta onde era a estrebaria onde Jesus nasceu! A gruta é bem pequena, mas a igreja ao redor é grande, mas com cara de bem antiga, e ate parecia que tinha passado por um incêndio de tao preto que eram algumas partes de dentro. Em uma dos lados tinha alguns tuneis tambem que levavam pra outras partes da "gruta" que nao tinhamos acesso.
Foi muito interessante ver que ao sair de Jerusalém vc já percebe um muro alto ao lado da rodovia que separa as áreas sob controle palestino das áreas sob controle judeu. A cidade de Belem fica na verdade do lado palestino, portanto temos que passar por um check point, por uma vistoria policial. Para entrarmos na área não precisamos parar, mas para retornar pra área judia descemos do onibus e tivemos os passaportes verificados por aqueles guardas jovenzinhos com metralhadoras gigantes a tiracolo.
Retornamos em segurança pra Jerusalém, e fomos fazer umas comprinhas de lembrancinhas. Colocamos em pratica nossas técnicas de pechincha, mas aqui, diferente do sudeste asiático, nao bastava um sorrisinho e umas palavrinhas na língua local. Eles não dão muito desconto não! Mas ate que conseguimos alguma coisa.
Mais tarde, de volta a nossa casa, digo, albergue, conhecemos um Guarulhense!!! Ficamos conversando um tempão. Gente boa o japa! Depois experimentamos a cerveja local, junto aos olhares de reprovação de alguns judeus ortodoxos que nos viram tomando a bebida. Tudo bem, nem gostamos muito dela mesmo! Paramos na primeira! Mas os falafels estavam uma delicia, apesar de ja estarmos enjoados deles e de kebabs.
No nosso ultimo dia em Israel levantamos cedo e fomos conhecer o Cenáculo, lugar onde os discipulos pela primeira vez receberam o Espirito Santo, além de ser o lugar onde alguns acreditam que foi a ultima ceia de Jesus e seus discípulos. Pena que estava tão cheio de grupos de turistas, mas deu pra ter o prazer de estar lá. Em seguida fomos para a sepultura do Rei Davi, no Monte Sião que estava em reforma. Ela era dividida em lado feminino e masculino, e basicamente todos os demais visitantes eram judeus. Não foi muito marcante, mas valeu a oportunidade de estar "diante" de um rei, pregador e salmista muito importante para nós. Fizemos o checkout, pegamos uma van para a fronteira com a Jordania, e em poucas horas já estávamos com o passaporte carimbado saída de Israel. Mas nunca um dia de mudança de país pode ser tranquilo, tivemos que esperar 2 horas por um ônibus para irmos para o lado jordaniano. Muitos ônibus chegavam, mas eram somente para cidadãos palestinos e jordanianos. Ao final da espera já estávamos perdendo a paciência, mas um ônibus chegou e pudemos voltar para a Jordânia.
Ao chegarmos do outro lado, teríamos que procurar um jeito de irmos ate a capital, já que na ida nos fomos de taxi e parecia que não tinham outras opções por lá. Resolvemos perguntar para um cara, que parecia ser árabe, mas vimos que tinha passaporte suíço e falava inglês muito bem. Mas para nossa surpresa, quando perguntamos se ele sabia se tinha algum ônibus ali pra capital, ele disse que seus pais estavam ali esperando por ele e que se nos e as malas coubéssemos no carro, poderíamos ir de carona com eles!! Ficamos super contentes e fomos, e os pais do rapaz foram muito simpáticos e fomos os 5 conversando o caminho todo. Eles eram uma família de palestinos e em algum momento da viagem eles nos perguntaram sobre o que pensávamos sobre a "guerra" que existe entre Israel e a Palestina e ate nos contou que o Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a Palestina como nação. Por fim dissemos que não sabíamos muito, que os assuntos dos Oriente Médio não são muito discutidos no Brasil, ai ganhamos uma expliacao detalhada sobre o assunto vindo de uma família palestina diretamente afetada pela briga com Israel. Foi muito interessante ter essa visão, principalmente vindo de pessoas que viveram tudo aquilo, sentindo na pele aquela experiência. Depois de sermos deixados em algum ponto de Amman, nos despedimos dos nossos benfeitores palestinos, pegamos um taxi até o hotel onde iríamos ficar, o mesmo onde já tinhamos ficado em duas outras vezes, hehe, e no fim da corrida, descemos do taxi e fiquei esperando o troco, e não é que o motorista picareta saiu rasgando com o taxi sem nos dar o troco!! O maldito ficou com 3 vezes o valor que deveriamos pagar! Mas por fim, de volta a Amman, já no fim da tarde, saimos pra comer e fomos dormir cedo porque estávamos quebrados.
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Aqui ficava a cruz, fincada na pedra, que foi parcialmente mantida. |
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Renner & Ane Gimenes
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