Ao sair, vimos um pessoal tentando encher uma van pra ir direto pra uma das cidades turísticas do pais, Vang Vieng. Eles vieram falar com a gente e acabamos mudando nossos planos iniciais e fomos direto pra cidadezinha, que já estava nos planos de qualquer jeito. Pegamos a van com outros 4 ingleses e lá se foram 4 hrs vagando pelo meio do Laos ouvindo historias sobre casamentos reais, drogas, bebidas e viagens.
Chegamos em Vang Vieng no fim da tarde e uma das meninas da van na verdade trabalhava lá na cidade a um tempo e já conhecia uma guesthouse bem legal e nos levou direto pra lá. Deixamos as malas e saímos pra comer já que estávamos sem uma refeição decente a quase 24hrs, só a base de pringles e água, rs. A noite, depois de um belo banho, fomos da uma volta na cidade. Parece uma cidade de interior do Brasil, mas com muito mais restaurantes e guesthouses. São poucas ruas, uma feirinha noturna que não tinha mais de meia dúzia de barracas e vários tuk-tuks atras dos turistas o tempo todo. Andando por lá vimos dois dos ingleses que foram conosco na van, e eles nos chamaram pra ir pro Q-Bar, um dos barzinho da cidade onde rola a balada local. Fomos pra la mais tarde e experimentamos a BeerLao, cerveja local não muito boa e vimos uma onda de jovens europeus bêbados, e alguns deles ainda a caminho. Depois de um tempo, comemos um crepe antes de voltar e capotar, antes mesmo da meia noite.
Fomos tomar café em uma padaria que tem na cidade, e de la já fomos pro rio. O point da cidade, onde rola o Tubing. Que nada mais é do que uma câmara de caminhão que voce usa pra decer o rio por uns 3kms tendo no caminho vários bares com diferentes musicas, mas basicamente as mesmas bebidas. A galera vai mesmo é pros bares, muitos deles nem fazem o tubing, ficam só na farra o dia todo na beira do rio.
Nos ficamos nos primeiros bares, pra ver como a coisa funcionava, dica da inglesa que trabalha na cidade. Passamos a tarde na beira do rio só curtindo e ate conhecemos um casal, um brasileiro e uma australiana. Muito gente boa eles, ate fomos jantar juntos a noite na cidade depois que voltamos do rio.
Acordamos meio tarde e depois de comer voltamos pro rio, dessa vez já preparados pro tubing. Alugamos a bóia, e um tuk-tuk nos leva 3km fora da cidade ate o lugar do rio onde começam os bares. Ai pegamos a bóia, entramos na água e lá fomos nós. O legal de Vang Vieng é que do outro lado do rio que beira a cidade tem varias montanhas muito bonitas e é esse o seu cenário descendo o rio numa bóia e ouvindo musicas cada vez que passava na frente de um bar. O percurso foi bem bonito, e ate vimos um rebanho de "búfalos d'água" dentro do rio, mais ou menos perto de nós!!
O pessoal do bar fica acenando pra gente parar no bar deles e ate jogam umas cordilhas pra nos puxar pra beira.
Pensávamos que íamos pegar umas corredeiras e tal, mas na verdade tem hora que fica ate meio chato porque você quase para porque a correnteza não é tao forte assim.
Nos dois fomos indo, apreciando a vista ate quando vimos a placa do ultimo bar, ai paramos, deixamos as bóias na pilha de bóias do povo que já estava lá e fomos beber algo. No fim quando decidimos seguir caminho, pegamos uma beerlao e la fomos rio abaixo.
O caminho todo demora entre 2 e 3 horas, direto, sem paradas. Agora pode durar o dia todo como a maioria do povo lá faz, já que param de bar em bar. O que pode ser muito perigoso, vários turistas morrem todo ano por descerem o rio bêbados! Nosso percurso demorou umas 2:30, já que paramos uma vez, mas também fomos remando em algumas partes pra acelerar um pouco. No fim chegamos de volta no centro da cidade de onde saímos e deixamos as bóias onde alugamos e fomos pro banho já que a água do rio estava marronzinha graças as chuvas de verão que estão começando a chegar na região.
A noite só jantamos e compramos o bilhete pra van que ia nos levar pra Luang Prabang, outra cidade conhecida do Laos.
Na van, percorremos um caminho horrível ate a cidade. Eram curvas e mais curvas, morros e mais morros. Eu, sortudo, peguei o lugar mais desconfortável da van e fui ali, por 8 horas seguidas. A Ane foi passando mal, tentando dormir pra nao vomitar na van. Apesar da viagem ruim, conseguimos ver muito da vida cotidiana do povo das aldeias pelo caminho. Vimos as mulheres vendendo as frutas e verduras que provavelmente nasciam no próprio quintal, vimos crianças indo e voltando da escola e também correndo pela rua, brincando. Vimos também muitas pessoas simplesmente olhando pela janela os carros passarem. Nos fez pensar como a vida deles é simples e como nos complicamos a nossa!
Ate vimos uma menina de talvez uns 8,9 anos correndo pela rua vestindo um agasalho do time do São Paulo!
Chegando na cidade e depois de achar uma guesthouse, fomos ver a feira noturna no centro da cidade mas com a chuva que estava caindo, nao tinham muitas barracas pra se ver.
Ai achamos umas barraquinhas de comida e resolvemos comer ali mesmo pra experimentar a comida local e pagando bem barato também. Durante a janta conhecemos um cara de Israel, que nos deu varias dicas sobre seu pais. Gente boa o cara, mas meio estranho, rs. A comida ate que estava boa mas mal sabia eu o que estava me esperando mais tarde.
Durante a noite acordei morrendo de dor de barriga e ai começou o sofrimento. Passei a noite no trono com dor e me sentindo super mal.
De manha tomamos café e tomei um remédio pra tentar cortar a diarréia que já durava desde a madrugada. E ai me sentindo melhor pudemos sair pra fazer os passeios que tínhamos planejado para o dia.
Vimos vários templos, demos uma volta pela cidade e também vimos o Rio Mekong, um dos rios mais importantes da Asia, porque cruza acho que 5 países, vindo do Tibete e indo ate o Vietnam ate cair no oceano. A maioria desses países usa o rio como uma forma de transporte, irrigação, alimentos, etc.A cidade também era bem bonita e diferente do que estávamos vendo ate ali, porque como o pais foi colônia francesa, principalmente essa cidade tinha muita influencia francesa na arquitetura, na comida e ate algumas pessoas mais velhas falavam francês.
Dessa vez, conseguimos ver a feirinha noturna, com os artesanatos das aldeias ao redor da cidade. Jantamos num restaurante e nao na feirinha de novo e depois compramos a passagem de volta pra Vientiane, a capital do pais.
Durante a madrugada acordei igual a noite anterior, com uma dor de barriga muito forte. Já sabia o que me esperava durante aquela noite mas na verdade foi bem pior que a noite anterior! E a melhor parte era a viagem que tínhamos pela frente logo as 7 da manha.
Levantei da cama pela 79a. vez naquela noite e depois de sairmos do hotel esperamos o transporte pra rodoviária. No tuk-tuk que nos levou pra lá, conhecemos um brasileiro e fomos batendo papo ate a rodoviária. Ou a Ane foi porque eu tava morrendo de dor e mal conseguia conversar.
No ônibus a situação ficou muito melhor depois de descobrir que o banheiro estava trancado! Alem do ar-condicionado nao funcionar. Uma beleza !!
E lá fomos nós pelas 9 horas de viagem que na verdade foram 12 horas. Durante as paradas entendemos porque o banheiro estava trancado, em todas os lugares que paramos eles cobravam para as pessoas usarem o banheiro. O motorista devia ganhar uma bela comissão por levar tanta gente pros banheiros, He he he.
O problema do ar condicionado foi resolvido la pelas tantas, de uma forma bem segura ... Deixando aberta a porta do ônibus!!
Já em Vientiane, a chuva caía sem parar e tivemos que andar assim mesmo por uns 45 minutos, com as malas nas costas procurando um hotel que nao estivesse lotado. No fim achamos um mais ou menos e ficamos lá mesmo porque já estávamos cansados e bem molhados.
No único dia que ficamos na cidade, fomos no Buddha Parque. Que nao era parque temático do Buddha e sim um jardim com varias estatuas Hindu e Budistas. Inclusive Um templo em forma de uma redoma de pedra, com varias estatuas dentro representando cenas mitológicas indianas (Ramayana). A entrada era pelo boca de um monstro e por ser tudo fechado lá dentro a Ane ficou do lado de fora. Obviamente com medo das lagartixas que nem estavam lá!
O parque nao era tao grande mas valeu a pena, vimos mais um Buddha gigante deitado, varias outras estatuas muito grandes e ate conversamos um pouco com um monge pela primeira vez. Ate reencontramos o brasileiro do tuk-tuk lá no parque por acaso. Na volta andamos um pouco pela cidade e vimos um monumento que se parece com o arco do triunfo francês mas com decorações no estilo Lao. Foi legal conhecer a capital mas nao tinha muito o que se fazer e o Buddha parque foi a unica coisa que salvou o dia. Depois da janta voltamos pro ar condicionado do quarto e a Ane começou a se sentir meio gripada. Tomar chuva e dormir no ar condicionado nao da muito certo!
No nosso último dia no Laos acordamos tarde porque nao tínhamos muita pressa. Fomos ate a fronteira em ônibus de linha, cheio pra variar! La foi tudo tranquilo e voltamos pra Tailândia onde seguimos pra estação de trem. Lá esperamos umas 3 horas ate o horário do trem noturno pra Bangkok. O trem era o mesmo de quando fomos pro Laos mas na ida tínhamos ficado com as "camas" de baixo e dessa vez pegamos as de cima, mais baratas. Só nao sabíamos que iria ser bem mais apertado que as de baixo. A Ane de qualquer forma já estava tendo uma péssima noite, já bem gripada a essa altura e eu mal cabia na cama mas pelo menos conseguimos dormir um pouco.
E assim voltamos pra Bangkok pra ficarmos uma noite e seguirmos pra Cambodia no dia seguinte. Pelo menos esse era o plano.