quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Egito - Parte 2

Nos demos o luxo de acordar tarde na manhã seguinte. Depois saímos correndo porque tínhamos varias coisas pra fazer, hehe. Fomos de novo no lugar de fazer carteirinha de estudante que estava fechado no dia anterior, que o Lonely Planet dizia que dava, mas não deu, rs. Fomos atras de cartão de memória pra máquina e um lenço pra Ane usar pra cobrir a cabeça, pra ver se davam um pouco de sossego pra nós, ja que o assédio era excessivo. Acho que os egípcios ficam loucos quando vêem uma mulher com cabelos a mostra. E olha que a Ane ja estava usando calça comprida e manga longa desde a Índia, mesmo com o calor que fazia!
Depois fizemos mais alguns planejamentos pra os próximos dias de viagem e quando saímos pra comer voltamos rápido porque ficamos irritados com as pessoas tentando vender de tudo e mais um pouco pra nós na rua. A noite fizemos a sessão lavanderia antes de deitarmos.

Fomos comprar bilhete de trem para Aswan, Sul do Egito, mas estava impossível de comprar um trem normal de 1a classe por causa da multidão na fila, uma desordem total, então tivemos que pagar mais que o dobro em cada bilhete por um trem com cama. Um trem muito melhor mas que não era pra ser tão caro assim. Como perdemos a maior parte da manhã com isso, a tarde nos não fomos ver as pirâmides mas fomos no Museu do Cairo. Que alias é tão imperdível quanto as pirâmides, porque é enorme e tem tudo sobre o Egito de todas as épocas. Vimos varias múmias, inclusive algumas de faraós bem famosos!! O que não estava incluso na entrada para o museu e também meio caro pra ver, mas vale muito a pena! Para o resto do museu talvez você precise até de mais de um dia pra ver tudo o que eles tem lá. Nos vimos os principais em uma tarde, que é o mínimo, mas varias seções que não nos interessava tanto nos já pulávamos direto. Com certeza, também vale a pena visitar o restante, mas não tinhamos tanto tempo!

A gigantesca Quéops ao fundo
Sonho realizado!!
Levantamos cedo, saímos do quarto, deixamos as malas prontas no albergue e fomos pegar um ônibus para ir até as pirâmides. Nos mandaram pra 3 pontos de onibus diferentes, e não passou o nosso onibus em nenhum deles... Andamos, perguntamos, até arriscamos falar umas palavrinhas em árabe perguntando como chegar às piramides, e nada... Depois de quase uma hora procurando um ônibus, decidimos desembolsar mais uma graninha em um taxi, pra garantir a maior parte do dia nas pirâmides.Ao chegarmos perto já podíamos ver aquelas coisas enormes praticamente no meio da cidade! Antes mesmo de chegarmos na entrada, já podemos ter uma idéia da quantidade de vendedores que teríamos que fugir durante o dia todo ali. Pra ter uma idéia, um cara chegou a pular em cima do taxi e andou vários metros lá em cima até o taxista parar e ele entrar no taxi pra tentar nos oferecer serviço de guia turístico.
Quando entramos, já demos de frente com a maior das pirâmides, a de Quéops. Aquilo é tão grande que você tem que sempre dar vários passos pra traz quando vai tirar uma foto, senão não sai a pirâmide inteira, hehe. A vista por lá é incrível, a sensação indescritível, com certeza aquele foi um dos pontos fortes de toda a nossa viagem!!
Esfinge e Pirâmide ao fundo
Ainda fomos ver a esfinge, que não é nem de perto tao grande quanto as pirâmides, mas muito legal. Tiramos nossas fotos e já saímos de perto porque tinha muita gente e muitos vendedores. Esses tinham o dom de ser extremamente irritantes! Voltamos pro planalto principal, e fomos visitar o interior da pirâmide principal. Quando chegamos quase não deu tempo de entrarmos porque já estava pra fechar então corremos lá pra dentro, que era iluminado e tinha degraus apesar de não ter muita coisa pra se ver lá dentro, alias praticamente nada, somente algumas salas vazias. Já no fim da tarde, saímos e pegamos o ônibus, bem perto da saída e chegamos de volta ao centro facilmente. Lá, pegamos as malas e fomos pra estação de trem para pegarmos o trem para o Sul do pais. O trem saiu meio atrasado mas era bem legal, com cabine para so para duas pessoas, com camas e refeições !! Se bem que pelo preço que pagamos, nada mais justo né!

Souq, mercado árabe, em Aswan
Chegando em Aswan, fomos direto procurar hotel. O calor estava um absurdo (mais de 40°centígrados, e humidade quase zero) e o primeiro que achamos mais ou menos descente, nós ficamos. Pegamos algumas informações sobre os tours e também do trem pra Luxor, nosso próximo destino. Almoçamos num restaurante legalzinho na beiro do Rio Nilo, não era nada espetacular mas a os pratos típicos que pedimos estavam bem gostosos. A tarde andamos pela feira que cruza o centro da cidade. Eram lojas, quer dizer, barracas e mais barracas por todo o calçadão. Era um souq (mercado) bem interessante, tinham vários produtos diferentes, principalmente os de artesanato. Aliás, a cidade toda era bem diferente do que tínhamos visto do Egito ate aquele momento, o povo parecia bem mais "africano" do que "árabe", com a cultura seguindo o mesmo padrão, já que estávamos a apenas 40 km de distancia do Sudão. O artesanato nas ruas era bem diferente, o tempero das comidas também, a única que não mudou era o desespero dos egípcios para vender algo, eles ficam oferecendo de tudo e sem parar ate você sumir da vista deles. Muitas vezes você já esta na esquina e eles continuam gritando preços ou o que eles querem vender!! Depois acabamos indo dormir cedo porque tínhamos um tour as 3 da manha pra pegar.E com aquele calor, nem a noite dava vontade de sair debaixo do ventilador. O ar na região era muito seco, e o vento era um bafo quente, soprando aquele poeirão! Deu uma moleza...

Acordamos as 2:30 pra pegar o tour, pegamos o "café da manha" que o hotel nos deu (que estava incluso no preço do tour) e que era ridículo, uma baguete quase dura, um polenguinho e uma manteiga, entregues numa sacola de mercado. Saímos as 3 da manhã e pegamos a estrada por mais umas 3 horas até chegarmos em Abu Simbel, uma região a somente 40 km da fronteira com o Sudão. A paisagem que eu tinha, alias só eu, porque todo o resto do busão dormia, era maravilhosa, o sol nascendo e toda aquela imensidão de areia pra todos os lados. Ai fiquei lá tentando tirar uma foto boa com o busão pulando mais que não sei o que, em uma estrada quase igual as que temos aqui no Brasil, cheia de buracos. Outro fato interessante é que por aquela ser uma região meio isolada, e devido a conflitos entre Sudão e Egíto no passado, todos os ônibus que vão visitar os templos de Abu Simbel são obrigados a viajarem em comboio com a policia Egípcia em três horários no dia, entao todas as excursões tem horário fixo pra ir e voltar, porque se atrasarem e perderem o comboio, terão que esperar pelo próximo comboio, umas 4 ou 5 horas depois, e detalhe, a estrada fica fechada pela policia dos dois lados, ninguém entra e ninguém sai!
Abu Simbel
Depois de uma longa viagem, chegamos aos templos, que na minha opinião são tão impressionantes quanto as pirâmides. O primeiro, o templo de Ramsés II, é enorme e tem quatro estatuas gigantes sentadas, na entrada do templo, e uma delas esta sem cabeça mas as outras três estão em perfeito estado de conservação. Dentro você ainda pode ver alguns desenhos com cores que duraram até hoje. Também tem várias estátuas no hall de entrada, porém menores, uns 3 metros de altura só, hehe. Os detalhes e o estado de conservação que ainda se encontram todos os desenhos e estatuas são impressionantes, no mínimo. Hieroglifos estão por todas as paredes e em volta de portas, e esta tudo tão perfeito, que se fossem letras, você poderia ler tudo aquilo a uma boa distancia das paredes.
Bom, saindo do templo principal, ainda fomos no templo da mulher de Ramsés, logo ao lado, com várias estátuas de pé, na frente do templo. Tão conservado quanto o outro templo, mas um pouco mais simples, com menos salas, menos estatuas dentro e menos detalhes nos desenhos das paredes, mas muito legal também.

O mais interessante desse templo de Ramses II em Abu Simbel é que ele foi construído de forma que somente duas vezes por ano, no solstício de verão e de inverno, a luz do sol entra pela porta principal e ilumina as estatuas que ficam no fundo do templo, que são estatuas do rei Ramsés que adorava o deus Ra, o deus do sol. E junto a Ramses e Ra está também está Osíris, o deus do submundo, que em nenhum momento é iluminado. Que arquitetura e inteligência tinha esse povo tanto tempo atrás!
Saimos de lá impressionados com tudo e pegamos o ônibus pra volta de mais 3 horas pelo deserto. Dessa vez, com o calor do fim da manha não foi tão divertido, porque o ar condicionado não funcionava muito bem. Chegando de volta em Aswan, almoçamos e depois já seguimos pra estação de trem para pegarmos o trem para Luxor. A viagem foi tranquila e o trem era bem confortável e também estava meio vazio.


Renner & Ane Gimenes
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